(RL) Entrevista com Klaus, da LOUD
Jogador de uma das principais organizações brasileiras da história dos eSports, comenta um pouco sobre a sua carreira, chegada na equipe e futuro.
O cenário de Rocket League recentemente contou com uma nova adição no grupo de organizações presentes, sendo ela a LOUD, multi campeã brasileira no cenário de League of Legends, e campeã mundial no cenário de Valorant.
Uma das pessoas envolvidas na primeira formação titular oficial da LOUD no novo jogo se chama Jonathan "klaus" Eduardo, que estava anteriormente jogando pela Hero Base. O jogador em entrevista, conta um pouco sobre o período na antiga organização, transição para a LOUD e o futuro da equipe do Rocket League nas Américas.
Pergunta: Você começou o ano chegando na Hero Base, como foi o convite para a organização?
Resposta: Eles estavam “fechados” com outro time, que era o time inclusive do groval, que é nosso coach hoje, e foi bem rápido, era, tipo, uma quinta à noite, eles mandaram mensagem pra gente, falando que estavam interessados no nosso roster, e deu uma semana e fechamos, no outro dia já tivemos a reunião pela questão burocrática. O roster era eu, droppz e CAiOTG1, só que teve alguns problemas, e então tivemos que tirar o Sad da Secret, e a Secret não queria liberar de jeito nenhum, e foi uma semana de negociação ali com a Secret, e conseguimos tirar ele de lá. Eu até comentei com a minha mãe recentemente, foi tudo muito rápido na minha vida, no começo do ano eu estava para quitar do jogo, que não estava dando certo, eu era um jogador de teclado, e eu falei ‘estou ficando fora do meta’, e sei lá o que deu na minha cabeça que era culpa do teclado, e então fui pro controle, decidi me arriscar, e quando eu estava para quitar, consegui bons resultados na Exeed, e na hora que eu pisquei, estava gravando o anúncio da Hero Base, com duas pessoas que eram inspirações para mim, então, foi meio que um choque, na hora que eu pisquei estava com Sad e o droppz do meu lado, fiquei pensando ‘é tudo real mesmo?’. Foi legal.
Além da Hero Base, existia o interesse de alguma outra organização? Se sim, o que fez escolherem a org?
Conversamos com o MIBR, mas com eles nós ficamos um mês conversando com eles, eles falaram que não era a intenção deles entrar no cenário ainda, e a Hero Base veio com uma proposta muito boa, e eu particularmente gostei muito, porque eu gosto muito de criar conteúdo, de ter uma mídia, porque a maioria das organizações vai só para o competitivo, e eu gosto muito de criar conteúdo, de gravar uns vídeos, de estar sempre na mídia, e a Hero Base veio com essa proposta, de focar na nossa mídia também, de focar nas nossas redes sociais e eu acho que foi o diferencial para escolher a Hero Base também.
Durante o primeiro semestre a equipe acabou perdendo jogos decisivos para KRU, o quanto isso abalou a confiança de vocês?
Acho que não, nosso primeiro confronto foi logo no primeiro regional, e acho que faltou um pouco de calma para ganhar, porque abrimos 3 a 1 na série, e tomamos 4 a 3 depois, faltou um pouco de calma para fechar, e nós falávamos que era um projeto a longo prazo, era RLCS, e nós íamos testar coisas para chegar na próxima muito confiante, de fazer o certo. Hora nenhuma a nossa confiança abalou, nós sabíamos do nosso potencial, mas acho que faltou um pouco de calma mesmo em algumas situações.
Apesar da proximidade do top4 com a Hero Base, sua equipe não conseguiu a classificação para o Major. O que faltou para vocês?
Acho que como eu falei antes, faltou um pouco de calma, se levarmos em conta, nós sempre levávamos para um jogo sete ali, e um jogo sete nós sabemos que tudo é diferente, ninguém quer perder ali, todo mundo quer ganhar, todo mundo já tem uma cautela a mais para jogar no game sete. E acho que faltou calma nessas situações, tipo, contra a FURIA, nós levamos para o game sete e perdemos, contra a Complexity foi para o game sete e perdemos, contra a KRU também, e faltou calma, faltou saber o que fazer nos momentos, trabalhar melhor quando estávamos nessa situação de pressão, e acho que é isso, estamos trabalhando muito nessa off-season a questão psicológica, e acho que na próxima RLCS estaremos bem preparados para essa situação.
No último ano você acabou passando por variadas tags, inclusive LFO, e agora em 2024 trabalhou por duas organizações mais sérias como a Hero Base e a LOUD. Você vê esse movimento como uma luz no fim do túnel?
Eu já vivi os dois extremos, de estar looking for org, e nenhuma organização chamar, não saber o que fazer mais, você estar preocupado com a sua carreira no jogo, você já vê que a idade está batendo, você tem que fazer uma faculdade, tem que fazer alguma coisa, e agora eu estou vivendo meio que o meu auge, graças a Deus, foram duas organizações gigantes, a Hero Base e agora a LOUD, que é a maior do Brasil, e eu olho pra isso e falo ‘estou no caminho certo’. Espero conseguir retribuir tudo que eles estão apostando em nós, eles estão apostando em um time em uma off-season, enquanto todas as organizações estão saindo, eles estão entrando, então, eu espero conseguir retribuir.
Como foram as conversas para fechar com a LOUD?
Foi uma conversa bem rápida, da negociação para o anúncio foram umas duas horas de conversa, era umas três horas da tarde, eles mandaram mensagem pra nós, e na mesma hora eu falei ‘é a LOUD, não importa o salário, eu quero ir para a LOUD’, então eu já aceitei logo de cara mesmo, não fazia sentido na minha cabeça não aceitar, todo mundo que está nesse meio tem o sonho de entrar na LOUD, de estar na maior organização do Brasil, então eu não pensei duas vezes, eu já falei sim, aceitei, depois nós vemos esse negócio de salário.
Durante o torneio da EWC Community Cup, a LOUD perde apenas dois jogos, justamente para as duas principais equipes da região. Você sente que a equipe está próxima de dar o próximo passo e buscar a vaga nos mundiais?
Eu acho que sim, nós conseguimos ganhar da KRU, que foi o nosso carrasco a última season, nosso primeiro jogo foi contra eles, e foi muito bom ganhar deles, tava chato jogar com outros caras, mas quem quer classificar para o Major, não pode se acomodar com esses resultados de perder para os dois que já estão lá, nós queremos ganhar, nós queríamos muito ganhar da Secret, queríamos muito ganhar da FURIA, acho que estamos no caminho certo, mas doeu muito, de novo perdemos em um game sete na semifinal contra a Secret, faltou calma de novo, mas eu acho que estamos no caminho certo, só não podemos nos acomodar de estar no caminho certo, nós temos que continuar trabalhando, e no próximo campeonato nós consigamos chegar na final, estar entre esse top dois pelo menos.
Qual jogador você vê com bons olhos para o futuro do Rocket League nas Américas
Não sei se eu falaria que ele é uma futura promessa, porque todo mundo já considera ele meio que realidade, mas eu ainda vejo como uma promessa o diaz, tipo, eu acho que ele tem muito a melhorar no X3 ainda, acho que ele é um player que vai conseguir chegar ali no nível do yANXNZ, e ele no X1 nós já vimos, ele é o melhor do mundo no X1 hoje, mas no X3 eu acho que ainda falta um caminho para ele percorrer, e quando ele aprender, de fato, a jogar X3, eu acho que ele vai ficar imparável, ele é muito bom.